quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Frenético.

Carta ao amigo escrita em 31/12/2009:

"che loco,

como twittado hoje por mim:
'2009: louco, veloz, confuso, surreal, intenso, vivo, emotivo, radical, selvagem, lindo, assustador... frenético. ufa.'

foi tudo muito rápido e non-sense e essa última semana ta ainda mais intenso e louco e novo, é como se fosse um resumo do ano.
foi uma explosão de sentimentos e sensações, uma revolução em tudo.
sem dúvida o mais marcante até agora.

e o bom é que 2010 promete ser a mesma coisa multiplicada por 10.

feliz ano novo pra ti, pra nós!"



E foi. Não sei se multiplicado por dez, dois ou vinte, mas foi. Posso repetir todos os adjetivos citados acima. Mais um ano elétrico, recheado, potente.
Janeiro, o mês que não dormi. Trabalho escravo, festa libertadora. E aventuras malucas. Assim sobrevivi sem fechar os olhos e sem, talvez, respirar.
Bons ares vieram em fevereiro com a nossa viagem à Argentina. Lugar bonito, pessoas animadas, histórias para a vida.
Em março retiro minha gravata pela última vez no ano. Agora sim, respiro. E muito, pois o ar é cítrico e o vento é forte. Quando percebi, os primeiros acordes de "Welcome to the Jungle" já estavam sendo tocados na minha frente. Inacreditável - primeiro show do ano. E logo depois já veio o Franz de carona. Bom mês também para começar algo novo, algo que sempre tive curiosidade. Era difícil acordar aos sábados pela manhã, mas ao final das aulas a recompensa era grande. Mais uma vez, não me arrependi de ter arriscado.

Depois, abril e maio. Tudo fica confuso, tudo troca de lugar e a noção de tempo não há mais. Nem outras noções.
Quinta marcha, velocidade máxima.

amigos, laika, combo, open, dj, vômito, aulas (?), bolos de chocolate, ansiedade, vou, não vou, pessoas, amigos, lindos, lindas, grrrs, tepa, gasômetro, cinema, boteco, morte, vergonha, 39, loucura, bebida, porão, independência, colchão da mari, tepa, mímicas, amigos, sono, entusiasmo, setlist, padrinho, moby, perdido, vodka, agonia, sensual, engraçado, arriscado, curioso, coragem, criatividade, medo, satisfação, amor, como é bom, correria, chuva, café, cerveja, xirú, buzina, música, dança, gritos, carro, som, festa, bebida, leve, combo, louco, dança, sensual, perdição, amigos, volta, cuidado, choro, triste, confuso, ressaca, feliz, triste, confuso, confuso, completo, vazio e confuso.

Agora pára. Relaxa. Bem calminho... Respira bem fundo e fecha bem os olhos. Dorme. Isso...
Acordou, abriu os olhos e o outro lado do mundo diz oi pra ti. Tudo novo. É junho. E é verão.
O tão aguardado chegou. Acelera de novo até setembro!

hostel, francesas, alemãs, espanholas, delfin, temple bar,  etienne, daft, aluguel, pj, henrietta, casa, delfin, colegas, amigos, italianos, coreanos, espanhóis, verão, futebol, st. stephens, oscar, paluza, blink, mgmt, venga boys, londres, edimburgo, festas, despedidas. E mais, e mais...

Em setembro recebo a visita da minha irmã e todos juntos partimos pra uma bela eurotrip. Bruxelas, Amsterdam, Paris, Strasbourg, Frankfurt, Nuremberg, Praga, Walkertshofen, Munique (Oktoberfest!), Innsbruck, Verona, Brescia, Milão, Lyon e Paris de novo. Lindo.

Com nossa volta, em outubro, o inverno já estava dando às caras. O tempo começou a escurecer. Começou a andar com mais calma também, mais arrastado... Teve Lady Gaga no último dia pra trazer um ar mais agitado, mas depois o frio tomou conta outra vez.

Em novembro, Dublin começou a me agarrar com mais força e eu senti que poderia ser interessante. E talvez perigoso. Curiosamente foi no mesmo momento que percebi que em 2011 seria hora de honrar as raízes por 3 meses em Berlim. E teve também Foals e Klaxons.

Finalmente, dezembro. Começou com tudo. O show mais bonito que já vi na vida - Arcade Fire. Vampire Weekend e Two Door Cinema Club também não decepecionaram. Kings of Leon talvez. Faz parte...
Estava tudo muito bom, as coisas estavam funcioando dentro de uma engrenagem muito bem elaborada. Nem tanto...
Algumas peças caíram, foram embora (como sempre vão) e nada mais quis funcionar. Nada mais deu certo - muito pelo contrário. Resisti. O quadro colorido da parede desbotou. Resisti. A fumaça tomou conta da minha cabeça. Caí.

Agora já levantei, pois sei que vai começar tudo de novo. E eu quero mais, eu quero tudo. Não sei o que, mas eu quero. E eu to animado, eu to sentindo, eu vou conseguir. É lindo e é forte.

É 2011. Mais um ano que promete intensidade.
Ano novo; ano bom.
Deliciosamente selvagem.
Ou apenas... frenético.

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Prime of my life. O meu prime é agora. E o seu?

?

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Acontece.

Quando leio o que tá escrito no texto abaixo me vem à cabeça:




Acontece.

TEMPO

 Do meu texto Indigestão de maio: "Queria escrever que não sei se o tempo existe. Eu acho que não. Não sei, na verdade. E não to falando de horas, minutos e segundos. Isso eu já sei que não existe."

Vou falar o meio que óbvio, mas hoje eu vi tudo mais claro na minha frente. Veja bem, é bem madrugada e tamo todo mundo voltando de festa:

OK, to voltando de uma festa (já disse isso). Tomei bastante cerveja e tequila. Mas não consegui aproveitar minha festa direito. Fiquei pensando bastante em um assunto (hahahahaha, que exagero).

Tudo começou quando o Paluza disse que ele achava que o lugar em que a gente tava era maior da última vez que ele tava lá. Isso porque da última vez ele tava bem bêbado. Isso fez com que eu pensasse no assunto. É verdade. Quando estamos bêbados percebemos o nosso espaço físico maior. Talvez seja por isso que nos batemos tanto e perdemos a noção de espaço quando alcoolizados. Paluza gênio.

Da mesma forma, sob efeito de bebidas, a nossa percepção de tempo também muda bastante. Pelo menos para mim e para a  maioria das pessoas, ao beber, o tempo passa infinitamente mais rápido. Tem festas que acabam em 10 minutos, por exemplo, quando lembro no outro dia.

Ao analisar esses fatos, pensei que a que era possível mudar a nossa percepção de espaço e tempo. E fiquei com isso na cabeça. Lembrei da fórmula Velocidade = distância/tempo.
Se a distância aumenta e o tempo diminui, logo a velocidade fica constante. Portanto a velocidade seria a variável que rege o nosso mundo.

Entretanto isso não me satisfez. Com a ajuda do Cesar, percebi que com álcool no nosso cerébro a gente percebe tudo mais lento. Então a velocidade não poderia ser constante, pois a gente percebe coisas como o luzes piscantes ou "strobes" com uma velocidade diferente, uma velocidade menor. Isso me incomodou um pouco... Não só o fato da velocidade ser menor, mas também o fato de que aquela luz branca naquele intenso acende/apaga/acende/apaga quase me cegou.

Mas todos tem que concordar que quando bêbados a nossa percepção de espaco aumenta de uma forma diferente do que diminui nossa percepção de tempo. Por exemplo, se a percepção de espaço é "X", o nosso espaço aumenta pra 2x. Entretanto, se a nossa percepção de tempo é "Y", ela diminuiu pra Y/10. A percepção de tempo diminui numa proporção maior do que o aumento do espaço. Enquanto a festa resumiu-se a 10 minutos o ambiente físico dela havia aumentado não mais que 7 metros quadrados (não sei fazer o "m" com 2 em cima nesse teclado)

Deste modo, através de uma complexa manobra matemática, poderíamos isolar o T na fórmula mágica anterior. A fórmula "certa' seria T = D/V, pois. O que muda na gente é a percepção da velocidade. Quando a nossa percepção de velocidade diminui, o tempo também diminui e o espaço aumenta. Quando nossa percepção de velocidade aumenta, a duração do tempo aumenta e o nosso espaço diminui.


Mas qual velocidade seria essa já que velocidade precisa de um referencial? Não, sei. Talvez seja a velocidade da luz. Pessoas mais inteligentes e que conhecem sobre o assunto poderiam me responder.

De qualquer forma, o que importa para mim é o fato de que eu, e nós, podemos controlar o tempo. O tempo não existe da forma que o imaginamos. É apenas uma concepção. E podemos alterá-la!!! Basta alterar a nossa percepção da velocidade da luz... Porém, minha ignorância não permite dizer com quais meios podemos fazer isso aleém do já citado anteriormente =/

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Master of the obvious?!
Sim, são quase 6h da manhã e to voltando de uma festa forte. Esqueça tudo isso!!!
Apaga isso, queima ele, jesus!
Vamos dormir

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Arcade Fire

Foi uma das coisas mais bonitas que já presenciei.
Eu não considerava a banda como uma das minhas favoritas. Gostava sim, bastante, de várias músicas.
Porém nunca tive a oportunidade de sentí-las.
Esta noite eu tive.

Era como um raio, uma explosão. Te atingia por completo, um transe total.
Lindo demais ver a vida sendo esparramada pra fora por tanta gente. Medo, amor, saudade, esperança... Tudo isso sendo libertado a plenos pulmões por almas verdadeiras.
Eu senti. Eu me arrepiei. Eu vi que era sincero, percebi que era possível.
Eles fazem, eles podem... Eu posso!

Um novo conceito de show para mim. Espetáculo Esplêndido Espetáculo.
Algo mais profundo que a visão e a audição e que qualquer outra coisa.
Algo para ser admirado, perdido, morrido, vivido, sentido, queimado, doído e acendido.
Sem culpa, nem temor. Nem arrependimento. Apenas feliz.
Apenas simples assim.


Admirei e penetrei nos arcos. Me perdi. Mas não morri.
Vivi.
Senti e toquei no fogo. Me queimei. Mas não doeu.
Acendeu.

Obrigado.