terça-feira, 22 de março de 2011

Agora

Aos poucos vai chegando e ele vai sentindo.
Sentindo sem poder explicar. Até porque não poderia.
Tudo é tão belo e tão agradável, do jeito que sempre quis.
Mas tudo tão vazio e frágil. Apenas um toque e puf - desmancha.
Desmancha e incomoda. Desmancha e irrita.
"Nicht interessant, nicht interessant..."

Tenta fugir pra descobrir. Foge e não descobre.
Pior, foge e se perde. Perde-se profundamente.
A hora é agora, mas onde estão escondidos?!
Talvez o que lhe dizem é verdade, aliás, nunca negou.
Sempre soube, mas sempre teve medo.
"Verrückt! Verrückt!"

Sua noção de tempo já está distorcida.
Quer o futuro sem deixar o presente. Quer demais, quer demais...
Tem medo do depois, tem medo do agora. Teme.
Incapaz e inerte ele tenta e não para de tentar.
Pensamentos distantes vão crescendo, mas é bobagem.
Nunca atingirão a maturidade.
"Achtung! Achtung!"

Aos poucos, aos poucos...
Quer parar de atuar pra amarga plateia.
Quer viver no palco com seus amados.
Todos compreendendo tudo, mesmo sem entender nada.
Tirar as pedras do estômago, um ar fresco para sua pele.
Um ar fresco de primavera.
Ou, melhor, um ar quente de inverno.
É o que precisa.
"Jetzt"

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